É comum ouvirmos nas notícias a controvérsia que existe em torno da Co-Incineração. Se por um lado as populações defendem que a medida é prejudicial á saúde, técnicos ambientalistas defendem que a actual forma de tratamento de lixos é muito pior.
Mas o que é a Co-Incineração?
Conforme já expliquei num post mais antigo, a Incineração é um processo de tratamento de resíduos por combustão.
A Co-Incineração dá-se através do aproveitamento dos fornos das cimenteiras visto que estes atingem temperaturas muito altas, que variam entre os 1500 e os 2000 graus. Estes fornos das cimenteiras podem portanto proceder ao tratamento de todos os resíduos, como solventes de limpeza, de indústria química, tintas etc em simultâneo com a produção de cimento.
Os resíduos industriais perigosos são enviados para uma estação de pré-tratamento. Aqui são separados os resíduos consoante as suas características:
Os resíduos com pouco poder calorífico são triturados e é feita uma separação de materiais ferrosos, os resíduos líquidos são misturados com serradura e seguem para a centrifugação no caso de terem grandes quantidades de água, os resíduos termo fusíveis, betumes e alcatrão são armazenados em lotes.
A parte da controvérsia pública é esta, o final do processo, pois existem dúvidas relativamente aos remanescentes do processo – que tecnicamente é garantido não existirem restos, visto que todos os resíduos são incorporados no próprio cimento.
A produção de gases tóxicos é a maior desvantagem desde processo, pois mesmo que tecnicamente as altas temperaturas a que os resíduos são submetidos indique que a produção destes gases é extremamente baixa, não há certezas quanto aos reais perigos para a saúde pública.
Não tenho conhecimentos científicos que me permitam saber se estou de acordo ou contra a instalação de Co-incineradores no nosso país, mas encontrei este estudo americano interessante, que mostra que, estamos muito mais prejudicados com a existência de lixeiras onde são depositados os resíduos sem qualquer tipo de tratamento.
A Co-Incineração deve ser feita sim, mas mediante um processo seguro e eficaz, onde se instalem medidas eficazes na prevenção de fuga de gases, com mangueiras e filtros seguros.
O mais importante é realmente o papel do Governo, que a meu ver não executa com rigor o trabalho de sensibilização junto das populações. Apenas ouvimos os pareceres de técnicos e especialistas que numa linguagem de fraca compreensão nos asseguram de que o processo não prejudica a saúde pública. Acho que são necessárias medidas mais próximas e educativas junto das populações de forma se afaste a hostilidade e desconfiança que as pessoas tem deste processo causadas indirectamente pela posição do Governo.