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quinta-feira, julho 17, 2008

Co - Incineração

É comum ouvirmos nas notícias a controvérsia que existe em torno da Co-Incineração. Se por um lado as populações defendem que a medida é prejudicial á saúde, técnicos ambientalistas defendem que a actual forma de tratamento de lixos é muito pior.

Mas o que é a Co-Incineração?

Conforme já expliquei num post mais antigo, a Incineração é um processo de tratamento de resíduos por combustão.

A Co-Incineração dá-se através do aproveitamento dos fornos das cimenteiras visto que estes atingem temperaturas muito altas, que variam entre os 1500 e os 2000 graus. Estes fornos das cimenteiras podem portanto proceder ao tratamento de todos os resíduos, como solventes de limpeza, de indústria química, tintas etc em simultâneo com a produção de cimento.

Ou seja todos aqueles resíduos perigosos, que ficam amontoados nas lixeiras espalhadas pelo país, tem na co-incineração uma forma de serem tratados seguramente, e a vantagem de servirem de matéria-prima, para a produção de um bem de consumo – o cimento – poupando assim as emissões de gases que os resíduos causavam em lixeiras e a redução de exploração de recursos naturais para a produção do cimento.

Como é feito o processo de Co-Incineração?

Os resíduos industriais perigosos são enviados para uma estação de pré-tratamento. Aqui são separados os resíduos consoante as suas características:

Os resíduos com pouco poder calorífico são triturados e é feita uma separação de materiais ferrosos, os resíduos líquidos são misturados com serradura e seguem para a centrifugação no caso de terem grandes quantidades de água, os resíduos termo fusíveis, betumes e alcatrão são armazenados em lotes.

Depois de todos separados e tratados os lixos são levados para as cimenteiras, onde iniciará realmente o processo de Co-Incineração. A separação prévia tem a vantagem de minimizar os impactos ambientais que estes resíduos poderiam causar em caso de acidente de transporte.

Uma vez nas cimenteiras os resíduos são colocados nos fornos para tirar partido do seu poder calorífico ou então são utilizados como matéria-prima na produção de cimento. De uma forma ou de outra são todos reutilizáveis ajudando a poupar electricidade e recursos naturais.

Restos e Emissão de Gases

A parte da controvérsia pública é esta, o final do processo, pois existem dúvidas relativamente aos remanescentes do processo – que tecnicamente é garantido não existirem restos, visto que todos os resíduos são incorporados no próprio cimento.

A produção de gases tóxicos é a maior desvantagem desde processo, pois mesmo que tecnicamente as altas temperaturas a que os resíduos são submetidos indique que a produção destes gases é extremamente baixa, não há certezas quanto aos reais perigos para a saúde pública.

Não tenho conhecimentos científicos que me permitam saber se estou de acordo ou contra a instalação de Co-incineradores no nosso país, mas encontrei este estudo americano interessante, que mostra que, estamos muito mais prejudicados com a existência de lixeiras onde são depositados os resíduos sem qualquer tipo de tratamento.

A Co-Incineração deve ser feita sim, mas mediante um processo seguro e eficaz, onde se instalem medidas eficazes na prevenção de fuga de gases, com mangueiras e filtros seguros.

O mais importante é realmente o papel do Governo, que a meu ver não executa com rigor o trabalho de sensibilização junto das populações. Apenas ouvimos os pareceres de técnicos e especialistas que numa linguagem de fraca compreensão nos asseguram de que o processo não prejudica a saúde pública. Acho que são necessárias medidas mais próximas e educativas junto das populações de forma se afaste a hostilidade e desconfiança que as pessoas tem deste processo causadas indirectamente pela posição do Governo.